Algumas coisas nasceram
Para não ter fim
Laranjas pela metade
Histórias que não foram contadas
O não que abraçou o sim
A flor que brotou
E não floresceu
O amor que amou
Mas adoeceu
O caminho sem chegada
A carta extraviada
O tal não dentro do sim
Tem a sina de uma bala perdida
Cambaleia em direção ao alvo
Como a faca rasgando a água
Como o fogo mastigando a carta
Como o vento que penteia as palmas
Como a pedra que nasceu do pó
Como o tempo que engole os dias
Como o corpo, despido de alma,
Que foi beijar a terra
Longe, bem longe
de mim.
* A notícia de que meu ídolo Roberto Mendes está musicando estra letra minha, escrita hoje, é uma espécie de redenção para um dia que tinha tudo para me empurrar para o abismo.
Deus existe.
.
2 comments:
como a poesia que
enfim
sopra música
no verso passarim
rs
não sei se é mera fase ou retomada, marquinho.
seja o que for, recebo como um presente, a poesia.
beijão
r.
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