No post anterior, o poeta Assis Freitas comentou a parceria Raimundo Fagner/ Patativa do Assaré mas, ambos esquecemos da maior parceira (?) de Fagner, Cecília Meirelles.
Fagner musicou canteiros e Motivo, ambos lindíssimos e é bem provavel que nosso inconsciente nos tenha negado a lembrança devido ao imbroglio judicial envolvendo o espólio da poeta e o compositor.
Dando continuidade à série, resgato outro poema que ficou lindo demais, vestido de música.
Este aqui, de Drummond:
Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.
Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não se vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.
Eu distribuo um segredo
como quem anda ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.
Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.
Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.
Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não se vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.
Eu distribuo um segredo
como quem anda ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.
Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.
Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.
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13 comments:
Beto, muito bacana essa ideia dos porters com parcerias. Raimundo Fagner talvez nunca tenha se dado conta da importância que teve para a Poesia. Rmpeu o silêncio dos "marginais", amantes dessa arte até hoje marginal, e possibilitou a que pudéssemos falar de Florbela Espanca, Cecília Meireles, da arte que tantas vezes foi e continua sendo solitária. Grande ideia e homenagem, irmão. Queria tanto que ele lesse e pensasse e sofresse...rs...pelo desvio que tomou.
Beijos,
Sim sem esquecer de falar de Milton, amado, amado, amado, e Drummond, meu bruxinho eterno, musicado. Tem também o "E agora José?"...ah, que bárbara ideia essa sua!
Quer maior delícia do que essa bela junção de poema e música?
bj
bela lembrança, se não me engano está no antológico clube da esquina 1,
abração
"""aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas"""
só suspiros, Amigo. tenho
guardado um momento único
com esta musica.
Obrigada!
abç
Lírico, suave, dulce. Besos, Roberto.
Ei, AMIGO!
Quanta saudade... de você e do Bispo!
São sempre tão enriquecedoras as postagens! Gostei demais.
Tem um poema de Drummond em que fala de sua casa, sua infância e relata que lia Robson Crusoé, no final ele conclui que não sabia que era muito mais feliz que ele...
É isso, Beto ,é muito bom estar aqui.
P.S.: Meus filhos adoram cantar Maria, Maria, do Milton Nascimento(no carro, eles sempre pedem para eu colocar o cd e camtam na maior altura).
Bjo!
Saudade de você também, Adri.
nosso encontro tá marcado pra outubro, em BH, a turma toda e vai ser bão demais.
minhas filhas só cantam Lady Gaga (rs)...
No outro dia, fui buscá-las na escola e eu escutava Casa de Morar, disco mais recente do Renato Braz.
Mal entraram no carro, Clarice perguntou:
- Não tem música de verdade pra se ouvir neste carro, papai?
Coloquei no rádio e elas passaram a cantar junto com Lady Gaga.
Fui quietinho até chegar em casa.
beijão,
r.
mais uma canção azul, indigo.
uma brisa montanhesa.
beijão,
r.
margoh,
as canções são as coisas mais cúmplices, entre todas as inventadas por Deus.
As canções e as armas, negras ou brancas.
beijão,
r.
zé de assis,
cê é uma inciclopédia.
sempre que desenterro e posto uma música de dentro de mim, eu me lembro de que cê vai escutá-la, achando-a guardada dentro de você.
abração, broda.
r.
sônia,
essa junção aí deu certinho.
mas conheço muitos casos de tiro que saiu pela culatra.
beijão,
r.
taninha,
tô com o José, que cê cita, na ponta da agulha.
Paulo Diniz teve, ali, o seu momento de gênio.
Ouvi dizer que Drummond adorava a parceria.
beijão,
r.
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