[O primeiro poema]
Nazarena
O seu receio contido
Dentro das sete saias
Não cabe
Na tristeza infinita
Do olhar que vislumbra
A mágoa
Toda vez que o seu homem
Atende o chamado do mar
E vai...
O seu receio contido
Dentro das sete saias
Não cabe
Na tristeza infinita
Do olhar que vislumbra
A mágoa
Toda vez que o seu homem
Atende o chamado do mar
E vai...
São sete desejos, sete sinas
Sete redes, sete medos
Sete fomes, sete peixes
Sete lençóis de cambraia
Sete cores do arco-iris
Sete olhares no Atlântico
Sete luas, sete lutas
Sete olhares no Atlântico
Sete luas, sete lutas
Sete naufrágios
Sete náufragos
São sete cruzes na praia
E sete são as cicatrizes
Que nunca irão fechar
Sete náufragos
São sete cruzes na praia
E sete são as cicatrizes
Que nunca irão fechar
São sete mortes,
Sete homens
Sete punhais de Netuno
São sete mulheres
de negro.
Sete homens
Sete punhais de Netuno
São sete mulheres
de negro.
E negras
São as sete saias.
São as sete saias.
Nazaré, Portugal,
13 de julho de 2016
* musicado por Dalmir Lott
3 comments:
Belíssimo!
Suzana Guimarães
Muito lindo. Nao tem como colocar a gravação no sound cloud?
Lindo isso, Roberto, das cores do arco iris serem escondidas pela noite do luto.
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