Sunday, August 19, 2012

Da desinvenção do sono e outros pesadelos


Eu não durmo há quase uma semana.
É como se o sono tivesse desertado de mim e ido baixar em outra freguesia.
Ah, o sono, esta raridade, objeto do desejo sempre  tão elusivo  para mim.
Das muitas coisas da vida que não se encontra  para vender em supermercado, este é um artigo de luxo que  eu compraria às carradas só para ver se, um dia, eu  ficaria em dia com ele.
Ou ele comigo, já nem sei.
O sono sempre me pareceu um anjo temperamental vestido com uma túnica de pele de ovo, brandindo um condão de isopor onde se lê: frágil . Extremamente frágil.
Nunca fui bom de cama, confesso.
Já fiz sonoterapia, tratamento à base de chás e até simpatia. 
Nada funcionou.
Sempre dormi mal e pobremente, como atestam estas olheiras escuras e os  olhos  eternamente encarnados, o  que já me rendeu  alcunhas como  Zorro e Guaximim.
O pior de todos foi “Colírio de Groselha”, que guardei a sete chaves até esta confissão.
Sei quase tudo de insônia e muito pouco da arte de dormir.
Uma noite de insônia é um banho lodoso nas águas de um pântano, eu posso garantir.
É uma rima de Augusto e uma rosa de Drácula.
Um filme de Hitchcock e uma carta da Receita Federal.
É a reeleição de Malluf e a perpetuação de Sarney.
É um lugar escuro e frio  como o porão de um calabouço e a chibatada raivosa do carrasco de um navio  negreiro.
É uma ameaça de um  tsunami, o buraco de uma bala perdida e a mordida de um pitbull.
Nas noites de insônia os pesadelos descem como assombrações.
Os medos são coroados quando o sono e a coragem se escondem para namorar num lugar fora do corpo.
E a ausência deles é ferida aberta recebendo um punhado de sal.
É um desprezo de pai, uma mágoa de mãe.
Uma noite de insônia é  - inteiramente - feita de brutal punição.
De sufocante  angústia, de inquietude e pandemônio íntimo.
É um beijo do demônio,  uma carícia de satanás.
É afogamento nas águas escuras do caos e é aquele saveiro-fantasma, que não encontrou o cais.
É o padecer de sede no meio do mar.
E é o perecer de fome, em qualquer lugar.
É recordar da caloi - aquela caloi -, que nunca chegou no natal.
É ser derrotado - outra vez - com a repetição da lembrança do gol adversário, ilegítimo, na decisão do campeonato.
Aquele gol que o juiz safado deu.
E é se lembrar que ela foi embora e que não voltará mais.
Nunca mais.
E é lembrar dela e pensar que você vai morrer de saudade e inanição.
E é morrer de verdade e não desejar  reencarnação.
Nas noites de insônia, parece que Deus sai para tirar um cochilo e o demônio reina, onipresente, inaugurando este estranhíssimo carnaval feito de dores e outras alegorias.



.

47 comments:

Unknown said...

Teus textos tem um sabor de papo de vizinho, debruçado no muro, trocando receita e pedaço de bolo no fim de uma tarde amena de agosto...

Sabe, R, conheço um pouco de insônia afinal sou bipolar e tenho minhas fases. Dia desses tomei a decisão mais difícil da minha vida: resolvi fazer academia e pilates. Eu odeio fazer exercícios, odeio, mas tava meio desesperada... assim desse jeitinho mesmo como vc diz com tanta verdade no teu texto. Não dormia de jeito nenhum e, assim como vc, já havia tentado uma gama de alternativas desde as mais tradicionais às mais surreais. Não dormia! Bem, estou fazendo os exercícios físicos há pouco mais de um mês e tá dando resultado. Dormir muda a vida... a nossa e das pessoas com quem convivemos, tenho que confessar... rs.
Beijo, R.

Anonymous said...

O problema maior do que a insônia é este, dela trazer à tona todos as memórias que tentamos esquecer de dia.

Beijo.

Unknown said...

de corroer as pálpebras, pois o desterro habita as retinas (como diria Drummond: tão fatigadas),


abraço broda

p.s. o deus do sono é Hipnos, agora veja a lista de irmãozinhos dele:

Tânatos, a morte;
Éter, a luz;
Éris, a discórdia;
Hemera, o dia;
Hespérides, a tarde;
Apáte, o engano;
Filótes, a amizade;
Geras, a velhice;
Lissa, a loucura;
Momo, o escárnio;
Oizus, a miséria;
Lete, o esquecimento;
Até, o erro;
Nêmesis, a vingança;
Kera, o destino do homem em seus momentos finais;
Moro, o quinhão que cada homem receberá em vida;

Rejane Martins said...

...mas que crônica bem contruída, Roberto!
Desta feita, feliz na leitura de um texto talhado em riqueza enorme - agradabilíssimo - sem perder a força e densidade. Aqui, na reinvenção do sono e sonho, retribuo com alegria, na exuberância de um hibisco cor de groselha :) e com as boas lembranças que George Savalla nos deixou em seu mais famoso bordão: Tá certo ou não tá?

Dois Rios said...

Crônica excelente à parte, tenho muita pena de você, Roberto! As poucas vezes que experimento a horrível sensação de insônia se identificam com a sua via crucis mas, felizmente, o meu caso não é crônico como o seu. Minhas insônias têm nome e sobrenome como, por exemplo, filha que vara a madrugada na rua ou algo que cause ansiedade, preocupação ou tristeza. De resto, durmo feito um anjo, rs.

Beijo,
I.

Primeira Pessoa said...

inês,
pra quem tem sono de vidro, como eu, o barulho do motor de um carro rodando lá longe, se torna um comício do maluf ou um show da ivete...
dou conta não.
na casa dos meus pais, nas cercanias de bh, me incomoda o cantar dos galos, todos com fusos horários desajustados...

vai se vivendo, mesmo assim.

beijão do

r.

Primeira Pessoa said...

rejane,
eu acho os hibiscos (e os girassóis, as margaridas e as marias-sem-vegonha) as flores mais bonitas desse mundo.
sua presença aqui, um luxo.

abração do

roberto.

Primeira Pessoa said...

zé de assis,
que família mais desfuncional".... rs

e baco?
é pelo menos primo em segundo grau?
na minha mitologia, ele é o cara!
rezei na igreja dele até outro dia... rs

beijão

do

r.


ps: cê também deve ser 24/7 ... nunca vi tão fértil nessa vida. tão produtivo.

Primeira Pessoa said...

é verdade, larinha,
e vem tudo de chibata na mão. ja notou?

quando eu era mais jovem, chegava a ficar tres, quatro noites sem dormir, diretaço, e ia pra rua... quando apagava, apagava por 24 horas...
certa vez, num carnaval, na bahia, dormi 36 horas seguidas.
depois fui tomando juizo, e uns remedinhos pra ajudar.

beijão,

r.

Primeira Pessoa said...

Caroline,
e é bom quando o interlocutor do outro lado da cerca tem prosa afiada, como você.

dormir é uma arte.
vou ver , agora, se acho um cantinho pra mim.
amanhã é segunda-feira.
dia de branco e de preto.
dia pra gente de toda cor.

beijão do

r.

Ana (Ballet de Palavras) said...

Roberto,
Suas crónicas são simplesmente, sublimes.

A insónia é ruim, sim! De coloração cinzenta e, nefasta se apodera irrequietamente do nosso corpo e, da nossa alma.

Sabe, Roberto ?! Por vezes, sinto que ela ri, outras vezes gargalha, zombei-a travessamente de mim. Muitas vezes, desespera-me. Outras vezes, enfurece-me. Mas sabe, Roberto?! No final é vencida pela fragilidade e, intensidade que adorna o meu corpo exausto e, a minha mente débil.

Uma noite delicada e, serena para si Roberto.

Ana

Primeira Pessoa said...

ana,
essa peleja só termina lá no final.
a insînia é um animal covarde, só ataca na escuridão e quando já estamos cansados.
quero ver ela vencer essa queda de braço lá pelo meio-dia, após uma feijoada... rs

só rindo dela, né?
e rindo de mim próprio.

beijão do

roberto.

Unknown said...
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Unknown said...

"A vida vem do éter que se condensa,
Mas o que mais no Cosmo me entusiasma
É a esfera microscópica do plasma
Fazer a luz do cérebro que pensa", deve ter escrito o poeta com nome de anjo em uma noite de insônia.
E deve ter sido olhando pra fora e pra dentro dos sonhos e sonos, descobrindo em si todas as idades e todas as dores.
Dormir nem sempre é repouso.
Estar acordado nem sempre é movimento.
É preciso uma mão que lhe ajuste o peito.
E é preciso que essa mão seja mesmo a sua.
Durma, Pessoa.

Beso*

Valentina


Primeira Pessoa said...

valentina,
comecei nessas invencionices das escrevinhações por causa dele.
se tiver tempo e paciência, pode ser lida neste link aqui:

http://www.tertuliapaodequeijo.com/2011/01/um-encontro-marcante.html?showComment=1295672007391#c7125247733153750681


sua presença, um presente.

abração do

r.

mariza lourenço said...

ah, a insônia. experimento desde a mais tenra idade e só piora, a danada, conforme avanço no tempo. delícia de crônica. eu e meus fantasmas noturnos adoramos. *;)

Primeira Pessoa said...

mariza,
sou assim, desde menino, também.
no outro dia comentei que meu amigo imaginário só aparecia "de noite".

vez por outra, ele me morde o meu calcanhar.

é bom te receber por aqui.

abração do

roberto.

Tania regina Contreiras said...

Beto, vc traduziu muito bem a insônia. Também não tenho sono fácil e sempre preciso de uma ajudinha. Não dormir me desespera e, sim, por que não vêm as boas lembranças? Você retratou fielmente a insônia. Eu só acrescentaria que aguento a fome por dias, mas não dormir me enlouquece.

beijos, bom te ler sempre.

Primeira Pessoa said...

taninha,
uma leitora escreveu, no outro dia, que a receita é sonhar acordado com coisas boas, imaginar coisas boas, desejar coisas boas... ir repetindio isto até o sono embarcar com a gente.
ela garante que os pesadelos vão todos pra sergipe... rs.


comigo, é mais ou menos isso.
sou ruim de dormir, mas bom de sonhar.
ruim de ganhar dinheiro pra ficar rico, mas bom de querer bem...
ruim de perder peso, mas bão de conservar os amigos....

e assim vamos compensando.
assim vamos melhorando, na medida do possível, a vida e o viver.

beijão do

r.

cirandeira said...

Roberto,
a "dona insônia" é inimiga feroz de
Morfeu, (também conheço bem essa danada!)mas, às vezes, ela nos dá a oportunidade de conhecer ilhas até então desconhecidas pra nós; quando ela chega de mala cuia pra nos fazer companhia(?) e a recebemos com boa vontade, então
podemos até sonhar, viajar por mares não navegáveis, mares que não ousamos singrar quando estamos
à luz do sol.
Queres ver um exemplo? Tenho noites e noites de insônia, mas ainda não tive o privilégio nem a capacidade para escrever crônicas tão maravilhosas, tão agradáveis como as tuas:sequer umazinha!!!
Tem tanta gente com insônia nesse mundo, muito mais do que podemos imaginar..."ele disse, abre o olho..." !

beijoss

Primeira Pessoa said...

é, cirandeira, mas nenhum amigo te alcunhou "colírio de groselha"... algunhou? rs
eu meio que me acostumei ao bode do day after...
e em dias plúmbeos como hoje, um dia cheio de chateações de todos os tamanhos eu fico desejando dormir, como se dormindo (já dizia drummond em Elegia 1938) os problemas me dispensassem de morrer.

na infância e adolescência eu sofria muito com insômia. na juventude, eu aprendi a ficar na rua e a insônia era parte da paisagem...

depois de "véio", me restou - pelo menos - essa croniqueta pra eu botar no embornal e compartilhar com os amigos.


beijo grande do

roberto.

Zélia Guardiano said...

È assim mesmo, amigo Roberto! Exatamente assim!
Padeço desse mesmo mal...
Abraço apertado

Primeira Pessoa said...

a insônia é universal, zelinha, e dói e incomoda do mesmo jeito em todo lugar.

um livrinho aqui, um filminho ali, e a gente vai driblando a danada.

beijão,

r.

Anonymous said...

Belo texto, bela dinâmica! Nasceram de uma noite de insônia? ;)

Abs
-Guilherme

byTONHO said...



"Em Sônia,
um puteiro cuja dona,
dormia de dia,
fiz muita festa a noite!"

Pela manhã chegava em casa "acabado"!

Hoje dou "um boi pra não ir pra cama, e uma boiada pra não sair dela"

"Sou bom de cama, na "festa" e no descanso!"

"Procure em Sônia (alguma há de ter, por aí), uma cama e supra o cansaço até dormir..."

Será que o insone fica insano?!

Saúde!

Abraço-tchê!

:o)

barulhos said...

Não menos visceral, cru.
Muita espontaneidade em suas palavras. E quando a poesia não surge como resposta ao que pensamos, vem em forma de desabafo ou monólogo.

Também tenho problemas para dormir, mas não acho que o demônio reina pela noite, na qual a única batalha em que persisto são contra os meus próprios pensamentos.

Abraços.

Primeira Pessoa said...

nasceram sim, guilherme.
na verdade, nasceram de várias noites de insônia.
já pensei em escrever um manual do que fazer nas noites em que o sono vai morar noutras casas.

pode ficar interessante.

bom mesmo é a sua preença no blog.

grande abraço do

r.

Primeira Pessoa said...

tonho,
muito bom o trocadinho, muito bom o "ai, cae!!!" (com o meu, to mais parecendo o namoradinho de caetano se queixando...rs)

entre tantos outros lugares que fracassei nessa vida, o puteiro está, certamente, no topo da lista.

fui tres vezes e na primeira, acabei precocemente, praticamente enquanto me despia...

no segundo, foi muito legal, porque não fui lá "praquilo"... aconteceu num inferninho de vitória da conquista... gastei metade de todo o dinheiro que recebi de FGTS trabalhando como menor num posto de gasolina, contratanto todas as atrações da casa (inclusive a dona, uma ex-profissional no explendor dos seus 70 anos e um travesti que era também o cozinheiro e dj daquele nobre estabelecimento )... eu estava alcoolizado, claro, e paguei pra eles dizerem não a quem entrasse no recinto (rs), servissem a mim e a meu amigo Edson Balinha cerveja gelada e carne de sol com aipim e manteiga de garrafa; e contassem muita estória de puta e puteiro... eu tinha 18 anos de idade, acredita?
queria escrever um livro.


na terceira, participei de um leilão (estória longa, um dia eu conto.... paguei mas não levei, porque a dona tinha uma cicatriz na barriga que ia do oiapoque ao chuí e ameaçou fazer o mesmo comigo, usando uma afiadíssima navalha... daquelas que cortam até pensamento libidinoso)

bom te ver aqui, meu querido tonho.

beijão do

r.

Primeira Pessoa said...

o demônio vive no pensamento do homem, meu nobre menestrel.

ele e Deus, naquela peleja que nasceu antes do ovo e da galinha.

seja bem vindo a este minifúndio de afetos, barulho.

abração do

roberto.

Linda Simões said...

Roberto,

Crônica que retrata fielmente os momentos de insônia(essa desgraçada) que nos ataca sem piedade...
E quando finalmente conseguimos adormecer,o despertador nos avisa que é preciso levantar e ir trabalhar.
Ficar chateada com quase 50 adolescentes por sala,numa segunda- feira, nas aulas de Filosofia/Sociologia é dor pequena...E depois, com uma hora para almoço,bate aquele sono e você ainda tem que escolher entre almoçar ou cochilar por uns míseros minutos...
Ai,ai.

Beijão,

Linda Simões

Anonymous said...

Olá adorei seu blog,tem muita coisa bonita aqui bjs.

Tatiana said...

Pessoa, tu descreves a madrugada insone com tanta riqueza poética que retira dela a escuridão.

Confesso que perco o sono só de pensar que esse bicho ataca de madrugada e põe palitinhos a segurar as pálpebras (e assegurar que estaremos de olhos abertos e atentos à sua tortura. É das mais perversas.).

Uma Boa noite pra ti!

Primeira Pessoa said...

tati,
hoje vou dormir direitinho (ou não, não é? como diria o walter franco e todo mundo achando que foi caetano quem disse isto) porque resolvi tomar umas bitrucas pra dessalgar minhas feridas.
portanto
me perdoem, todos vocês, mas acho que a insônia é invençao do capeta. foi o demônio que inventou, também, os pesadelos.
as "pisadeiras"noturnas dos humildes...'

o pesadelo não me pega, mas tem pessoas que amo muito, a quem o pesadelo consegue lhes modificar a manhã, o dia, o mês, o resto da vida...
pra cima de mim o pesadelo não leva a melhor... mas a insônia é dona de mim e não é de hoje... e sei que ela hoje vem me visitar. vou abrir um champanhe!

é muito bom receber sua visita, tati. essa casa é, também, sua.

afeição do

roberto.

Primeira Pessoa said...

se for do bem, bruzinha, tá tudo bem.


seja bem vinda.

abração do

r.

Primeira Pessoa said...

linda,
eu lido com isto desde que não precisava trabalhar (e eu comecei a trabalhar bem novinho, aos 15 anos de idade).
minha insônia é uma dor profunda que eu tenho e não é de hoje.
mas é muito mais, nestes recentementes.
um dia escreverei sobre ela, de uma forma que só eu sei, pois ela afetou a minha vida para todo sempre (como se ela fosse uma moça burguesa que me transformou, proletário, numa mentira dessas cabulosas que nem constam do dicionário).
em dezembro completarei 50 anos de vida e até hoje não consegui aprender a dormir.

falha minha, eu sei.

mas ainda sou velho (rs). um dia ainda vou aprender a dormitar.

beijão do

r.



Primeira Pessoa said...
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Primeira Pessoa said...

se for do bem, bruxinha, tá tudo bem.


seja bem vinda.

abração do

r.

Luciana Marinho said...

"O sono sempre me pareceu um anjo temperamental vestido com uma túnica de pele de ovo, brandindo um condão de isopor onde se lê: frágil . Extremamente frágil.
Nunca fui bom de cama, confesso."

...

"Os medos são coroados quando o sono e a coragem se escondem para namorar num lugar fora do corpo."


quando a insônia me deixar tão acordada, de maneira que perderei o contato com a realidade, venho aqui dizer que esse texto foi escrito por mim!

espetacular, roberto!

beijos de lu
às 01:46h da madru...

Click Here said...

Hello, I think this is the coollest blog I`ve seen. I really like your theme.

Paulo Jorge Dumaresq said...

Por isso que tomo sempre duas cervejas antes de me entregar a Morfeu, Bob. Saudades. Volta pro Face. Lá como cá tens carinho e palavras de afeto. Abração da esquina do continente.

Primeira Pessoa said...

paulo poeta,
voltarei ao face, um dia, num fututo próximo. varios amigos pedem que eu volte e sinto saudades de muitos amigos.
mas, preciso aprender a usar o face de uma forma proveitosa e sadia, antes de mais nada.

por outro lado, está sendo bom porque retomei o blog. retomei a escrita.


sua presença aqui é sempre um motivo de alegria pra mim.

abração do seu amigo

roberto.

Primeira Pessoa said...

thanks, click here.
but i'm not clicking at this time.

Primeira Pessoa said...

luciana,
o que é meu é dos amigos.
cê pode assinar em baixo, na hora que bem entender.
minha palavra, sua palavra.

dou-te a minha palavra...rs

beijão do

r.

Daniela Delias said...

Eu acho bonito quando essas coisas que mexem com a gente, as dores, as insônias, viram poesia. Sim, porque sempre disse, tudo o que escreves é poesia...

Bjo, Beto :)

Primeira Pessoa said...

marroumeno, dani...
escrever poesia é pra gentes mais graduadas, espíritos mais elevados, como é o seu caso, sempre tecendo versos bonitos em seu blog, sempre compartilhando brisas benfazejas.
eu sou freguês de todo dia, ali.

da minha bateia, de quando em vez, brotam uns cascalhos. e isto é, pra minha alma macambúzia, um tantão de saúde.

beijão do

r.

Fernando Campanella said...

A insônia é tudo isso, sim, e ainda tudo mais que não foi dito, porque não se conseguiu ou não se pôde exprimí-lo... Porque dentro de nós há tantas vezes o vórtice de um abismo,feito desses dores ocultas, inconfessáveis, tantos nós, tantos sapos engolidos, tantas enxurradas...
Insônias são túneis de medos, recheados de insetos delinquentes que soam a gigantes (anões que nos devoram), são buracos negros, estrelas mortas.

(Soníferos são às vezes galos distantes que ainda cantam à madrugada.)

É isso, Roberto, puxa, como senti teu texto, e que poemas, hein, da Maria do Rosário, tocam fundo demais. Abração, meu amigo, e que os galos da infância te embalem com o doce canto da madrugada.


LauraAlberto said...

a insónia é sempre uma boa companhia

beijo