Friday, November 25, 2016

Extravio


Algumas coisas nasceram
Para não ter fim
Laranjas pela metade
Histórias que não foram contadas
O não que abraçou o sim

A flor que brotou
E não floresceu
O amor que amou
Mas adoeceu
O caminho sem chegada
A carta extraviada
O tal não dentro do sim

Tem a sina de uma bala perdida
Cambaleia em direção ao alvo
Como a faca rasgando a água
Como o fogo mastigando a carta
Como o vento que penteia as palmas
Como a pedra que nasceu do pó
Como o tempo que engole os dias
Como o corpo, despido de alma,
Que foi beijar a terra
Longe, bem longe
de mim.

* A notícia de que meu ídolo Roberto Mendes está musicando estra letra minha, escrita hoje, é uma espécie de redenção para um dia que tinha tudo para me empurrar para o abismo.
Deus existe.

.

2 comments:

na vinha do verso said...

como a poesia que
enfim
sopra música
no verso passarim
rs


Primeira Pessoa said...

não sei se é mera fase ou retomada, marquinho.
seja o que for, recebo como um presente, a poesia.

beijão

r.