A minha alegria! A minha alegria atravessou o mar E ancorou na passarela Fez um desembarque fascinante No maior show da terra Será que eu serei o dono desta festa Um rei No meio de uma gente tão modesta Eu vim descendo a serra Cheio de euforia para desfilar O mundo inteiro espera Hoje é dia do riso chorar Levei o meu samba pra mãe de santo rezar Contra o mal olhado eu carrego o meu patuá Eu levei! Levei o meu samba pra mãe de santo rezar Contra o mal olhado eu carrego o meu patuá Eu levei! Acredito Acredito ser o mais valente nessa luta do rochedo com o mar E com o ar! É hoje o dia da alegria É a tristeza, nem pode pensar em chegar Diga espelho meu! Diga espelho meu Se há na avenida alguém mais feliz que eu Diga espelho meu Se há na avenida alguém mais feliz que eu
(UNIÃO ILHA Enredo: É Hoje - 1981 Compositores: Didi/Mestrinho)
robertílimo, o erro da poesia foi ter aberto o precedente: no dia em que desceu do parnaso, a poesia precisou da melancolia para chamar a atenção dos homens. daí para cá, nunca mais se conseguiu livrar dela... [a poesia e os homens]. um abraço!
"felicidade, és coisa estranha e dolorosa: fizeste para sempre a vida ficar triste: porque um dia se vê que as horas todas passam, e um tempo despovoado e profundo, persiste."
me lembrei do ferreira gullar que disse não gostar dos chatólogos que têm um discurso pessimista sobre a vida, pois, se não temos a Verdade, é melhor cantar o amor e a alegria da vida..
o melhor é cantar, né lu? me lembrei de voce semana passada, pois um amigo de recife me chamou pra ir aí sair no galo da madrugada... logo eu... que não danço nem macumba.
rapaz eu gosto do PC desde os tempos imemoriais de colégio quando descobri no livro de Português a letra da canção Viagem - oh tristeza me desculpe estou de malas prontas, hoje a poesia veio ao meu encontro - numa parceria com o então menino João de Aquino. Outro dia assisti na tv camara um especial com Dori Caimi e o PC, parcerias maravilhadas.
abraço desse sem carnaval
p.s. aqui em Feira o negócio é a Micareta no final de abril
menino assis, o renato é amigo dele, canta as coisas dele (anabela é linda... conhece?) e desenredo, é um clássico. renato gosta dele. da pessoa dele. fala com carinho.
mas sei que rolam uns papos estranhos de que ele teria sido um marido "abusivo" com clara nunes. não sei se é verdade e deve vir daí a antipatia de algumas mulheres com relação a ele. pode ser só boato. tomara que seja. tomara que o homem seja tão generoso, quanto o poeta, né?
micareta? nem fodendo! carnaval? só se for pra morrer...rs
vou escrever uma cronica, amanhã, sobre isto...rs
vou ao cinema, assis. solito, como aquele goleiro do corinthians. passei até perfume. quero pipoca e coca-cola.
quero voltar pra casa e conseguir dormir.
quero, também, que o filme seja bom. ' quero tanta coisa...rs
Eu na contramão... amo o carnaval. Amo. Não o carnaval que querem me enfiar goela abaixo pela televisão... como também a música brasileira que amo não é aquela que as rádios e Tvs me apresentam hoje. Amo esse carnaval aí que você fala com melancolia. E acredite... ele ainda existe. Nas ruas, em clubes, em bares... ainda é possível ouvir e dançar as lindas marchinhas de outros carnavais. Não na televisão... No ano passado, no bloco "Vai quem quer" em plena loucura de São Paulo - vi colombinas, pierrôs, e desfilei pela cidade acompanhando a massa e cantando: Alalaôs, Pierrôs apaixonados, Mamães eu queros e por aí a fora. Nesse ano foi em um bar - mesmo carnaval: máscaras, confete, serpentina e as marchinhas. Quero distância de Axés, abadás, e micaretas. Minha felicidade é que o Brasil é muito mais do que a televisão nos mostra. Muito mais. E é nesse outro Brasil que geralmente me encontro, me sinto genuinamente parte dessa cultura.
Enquanto você diz: podem me chamar de saudosista... eu digo: podem me chamar de ingênua... Mas eu ainda brinco o carnaval da maneira como o enxergo. E ainda acredito que o carnaval brasileiro é aquele que se esconde onde as TVs não chegam: rico, singular, plural, democrático, alegre.
diubs, concordo com você mas, na outra mão, fico pensando: será que tudo não é mera questão de gosto? de preferência? será que não "evoluí"? que não acompanhei a mudança dos tempos?
se bem que, achar que axé é evolução é um trem meio esquisito. mas, uma vez mais, pára tudo no mesmo lugar: questão de preferência?
a bosta disto tudo é que fico me sentindo um cachorro andando em círculos, querendo morder o próprio rabo.
por mais que não queira viver no passado, esse admirável mundo novo me deixa ser graça e sem ar.
Acompanhei bem de perto a morte do bom e velho carnaval carioca e das cidades próximas, no interior do estado, na nossa Minas e no Espírito Santo.
Vou falar só do Rio, para não me estender muito.
Conheci Geraldo Babão, grande compositor do Salgueiro, no final dos anos 70. E acompanhei seu calvário de derrotas, ano após ano, nos concursos de sambas-enredo da escola. Seus sambas belíssimos eram sambas de fato, sem qualquer cacoete de marcha, e para eles já não havia vez na evolução acelerada imposta pelo marketing dos bicheiros e da Globo. Não foi diferente com outros grandes sambistas, como os geniais Cartola e Zé Keti (este nem sequer chegou a ter sambas na Avenida pela Portela), para não falar no maior de todos, Silas de Oliveira, ganhador de 14 carnavais pela Império Serrano como autor dos sambas-enredo. Sorte dele que morreu antes do "amarchamento" do samba-enredo.
Nos últimos 35 anos, só sobreviveram no desfile os bons compositores que se aliaram a "sambistas" da curriola da contravenção ou até do tráfico, daí o fenômeno hoje banal de quase sempre vencerem sambas-enredo de três ou quatro parceiros.
Os blocos de "sujos", armados de improviso por foliões fantasiados que iam se encontrando e se juntando pelas ruas, foram substituídos pelos blocos organizados. Estes, até tiveram uma época áurea, com o surgimento do Bafo da Onça, do Cacique de Ramos e de outros blocos que privilegiavam o samba e o prazer de pular o carnaval. Hoje há dezenas de blocos no Rio, quase todos gigantescos, inflados pelos interesses econômicos dos que os dirigem, pela divulgação exagerada da grande mídia e pela omissão do poder público, que não estabelece normas racionais para os defiles. Este ano chegou-se ao cúmulo de dois grandes blocos, com percurso e horário de desfile aprovados pela prefeitura, se cruzarem em plena Rua Voluntários da Pátria, uma das principais artérias de Botafogo. Desnecessário dizer que isso causou um engarrafamento que parou o trânsito desde a Praia de Botafogo até o Jardim Botânico.
Eu teria bem mais a dizer sobre isso, mas vou parar por aqui antes que meu bloco de texto engarrafe também o seu espaço de comentários. Fica para o próximo carnaval - se houver!
26 comments:
queremos o mesmo :)
beijos
A minha alegria!
A minha alegria atravessou o mar
E ancorou na passarela
Fez um desembarque fascinante
No maior show da terra
Será que eu serei o dono desta festa
Um rei
No meio de uma gente tão modesta
Eu vim descendo a serra
Cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera
Hoje é dia do riso chorar
Levei o meu samba pra mãe de santo rezar
Contra o mal olhado eu carrego o meu patuá
Eu levei!
Levei o meu samba pra mãe de santo rezar
Contra o mal olhado eu carrego o meu patuá
Eu levei!
Acredito
Acredito ser o mais valente nessa luta do rochedo com o mar
E com o ar!
É hoje o dia da alegria
É a tristeza, nem pode pensar em chegar
Diga espelho meu!
Diga espelho meu
Se há na avenida alguém mais feliz que eu
Diga espelho meu
Se há na avenida alguém mais feliz que eu
(UNIÃO ILHA
Enredo: É Hoje - 1981
Compositores: Didi/Mestrinho)
Porque tudo passa meu amigo!
Bom Carnaval pro cê!
Bjs.
robertílimo,
o erro da poesia foi ter aberto o precedente: no dia em que desceu do parnaso, a poesia precisou da melancolia para chamar a atenção dos homens. daí para cá, nunca mais se conseguiu livrar dela... [a poesia e os homens].
um abraço!
Do autor da frase, não gosto, mas da frase sim:"... a melancolia, a consciência do tempo finito é o lugar de onde se contempla a beleza..."
A melancolia tem poesia, às vezes ela é a própria poesia, e se ausentando uma, a outra some...
Beijão, Roberto.
e cade esse dia?
"felicidade, és coisa estranha e dolorosa:
fizeste para sempre a vida ficar triste:
porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo despovoado e profundo, persiste."
(cecília meireles)
não sei desmentir os poetas...
beijão, roberto!
Sim...
E que o poeta possa ser feliz em todas as estações!
Beijo
linda,
ser feliz é uma obrigação. e, como diz a canção,m a dor costuma ser fulgaz.
beijão do
roberto.
mineiramente, luciana, não confirmo nem desconfirmo.
desconfio...rs
carnaval é um lugar sinistro.
beijão,
r.
ana,
procurei no calendário e nas cartas da cartomante... e nada!
esse dia parece distante demais...
abração do
roberto.
taninha,
mas se pode chorar de alegria. pode não?
e alegria é te ler aqui, neste minifúndio. tava sentondo a sua falta.
PC Pinheiro: não o conheço. temos amigos em comum, que gostam dele. mas também conheço muita gente que não vai com a cara do cara.
mas confesso a você: amo as letras dele.
beijo grande,
r.
jorgíssimo,
terá sido a poesia uma maldição?
um bruxedo, como dizem aí em portugal?
desconheço o poeta que não tenha rimado amor e dor. qualquer amor. qualquer dor.
e mesmo que nem rime.
abração,
r.
luiza,
quem descobrir a fórmula primeiro, compartilha.
combinado?
abraço grande do
roberto.
fátima,
cê ja tá no clima, ne?
que bom.
aproveite. curta.
só se vive uma vez.
abração do
r.
rs
me lembrei do ferreira gullar que disse não gostar dos chatólogos que têm um discurso pessimista sobre a vida, pois, se não temos a Verdade, é melhor cantar o amor e a alegria da vida..
outro beijão!
o melhor é cantar, né lu?
me lembrei de voce semana passada, pois um amigo de recife me chamou pra ir aí sair no galo da madrugada... logo eu... que não danço nem macumba.
agradeci.
to aqui, nesse casulo frio.
felizmente, a primavera americana não tarda.
beijao,
r.
rapaz eu gosto do PC desde os tempos imemoriais de colégio quando descobri no livro de Português a letra da canção Viagem - oh tristeza me desculpe estou de malas prontas, hoje a poesia veio ao meu encontro - numa parceria com o então menino João de Aquino. Outro dia assisti na tv camara um especial com Dori Caimi e o PC, parcerias maravilhadas.
abraço desse sem carnaval
p.s. aqui em Feira o negócio é a Micareta no final de abril
menino assis,
o renato é amigo dele, canta as coisas dele (anabela é linda... conhece?) e desenredo, é um clássico.
renato gosta dele. da pessoa dele. fala com carinho.
mas sei que rolam uns papos estranhos de que ele teria sido um marido "abusivo" com clara nunes. não sei se é verdade e deve vir daí a antipatia de algumas mulheres com relação a ele. pode ser só boato. tomara que seja.
tomara que o homem seja tão generoso, quanto o poeta, né?
micareta?
nem fodendo!
carnaval?
só se for pra morrer...rs
vou escrever uma cronica, amanhã, sobre isto...rs
vou ao cinema, assis. solito, como aquele goleiro do corinthians.
passei até perfume. quero pipoca e coca-cola.
quero voltar pra casa e conseguir dormir.
quero, também, que o filme seja bom.
'
quero tanta coisa...rs
querer já foi poder.
beijão, zédeassis.
r.
Roberto!
Adoro PCP. Mas o que ele pede é impossível. Nenhum Deus permitiria uma poesia sem um pouquinho de melancolia.
Beijos, mano!
Mirze
se a poesia é invenção de Deus, a melancolia é armação do capeta, né?
abração, mirze.
roberto.
Érre,
Eu na contramão... amo o carnaval. Amo.
Não o carnaval que querem me enfiar goela abaixo pela televisão... como também a música brasileira que amo não é aquela que as rádios e Tvs me apresentam hoje.
Amo esse carnaval aí que você fala com melancolia.
E acredite... ele ainda existe.
Nas ruas, em clubes, em bares... ainda é possível ouvir e dançar as lindas marchinhas de outros carnavais. Não na televisão...
No ano passado, no bloco "Vai quem quer" em plena loucura de São Paulo - vi colombinas, pierrôs, e desfilei pela cidade acompanhando a massa e cantando: Alalaôs, Pierrôs apaixonados, Mamães eu queros e por aí a fora. Nesse ano foi em um bar - mesmo carnaval: máscaras, confete, serpentina e as marchinhas.
Quero distância de Axés, abadás, e micaretas.
Minha felicidade é que o Brasil é muito mais do que a televisão nos mostra. Muito mais. E é nesse outro Brasil que geralmente me encontro, me sinto genuinamente parte dessa cultura.
Enquanto você diz: podem me chamar de saudosista... eu digo: podem me chamar de ingênua... Mas eu ainda brinco o carnaval da maneira como o enxergo. E ainda acredito que o carnaval brasileiro é aquele que se esconde onde as TVs não chegam: rico, singular, plural, democrático, alegre.
Beijão,
Diubs
Érre...
Meu último post foi errado... era pra ser no assunto "carnaval"...rss... agora já era. Baguncei o coreto.
Beijo
Diubs
maninha,
seu post tá sempre no lugar certo, mesmo quando tá no lugar errado... rs
beijos, diubs.
diubs,
concordo com você mas, na outra mão, fico pensando: será que tudo não é mera questão de gosto? de preferência?
será que não "evoluí"? que não acompanhei a mudança dos tempos?
se bem que, achar que axé é evolução é um trem meio esquisito. mas, uma vez mais, pára tudo no mesmo lugar: questão de preferência?
a bosta disto tudo é que fico me sentindo um cachorro andando em círculos, querendo morder o próprio rabo.
por mais que não queira viver no passado, esse admirável mundo novo me deixa ser graça e sem ar.
beijo meu, só procê.
r.
Roberto,
Acompanhei bem de perto a morte do bom e velho carnaval carioca e das cidades próximas, no interior do estado, na nossa Minas e no Espírito Santo.
Vou falar só do Rio, para não me estender muito.
Conheci Geraldo Babão, grande compositor do Salgueiro, no final dos anos 70. E acompanhei seu calvário de derrotas, ano após ano, nos concursos de sambas-enredo da escola. Seus sambas belíssimos eram sambas de fato, sem qualquer cacoete de marcha, e para eles já não havia vez na evolução acelerada imposta pelo marketing dos bicheiros e da Globo. Não foi diferente com outros grandes sambistas, como os geniais Cartola e Zé Keti (este nem sequer chegou a ter sambas na Avenida pela Portela), para não falar no maior de todos, Silas de Oliveira, ganhador de 14 carnavais pela Império Serrano como autor dos sambas-enredo. Sorte dele que morreu antes do "amarchamento" do samba-enredo.
Nos últimos 35 anos, só sobreviveram no desfile os bons compositores que se aliaram a "sambistas" da curriola da contravenção ou até do tráfico, daí o fenômeno hoje banal de quase sempre vencerem sambas-enredo de três ou quatro parceiros.
Os blocos de "sujos", armados de improviso por foliões fantasiados que iam se encontrando e se juntando pelas ruas, foram substituídos pelos blocos organizados. Estes, até tiveram uma época áurea, com o surgimento do Bafo da Onça, do Cacique de Ramos e de outros blocos que privilegiavam o samba e o prazer de pular o carnaval. Hoje há dezenas de blocos no Rio, quase todos gigantescos, inflados pelos interesses econômicos dos que os dirigem, pela divulgação exagerada da grande mídia e pela omissão do poder público, que não estabelece normas racionais para os defiles. Este ano chegou-se ao cúmulo de dois grandes blocos, com percurso e horário de desfile aprovados pela prefeitura, se cruzarem em plena Rua Voluntários da Pátria, uma das principais artérias de Botafogo. Desnecessário dizer que isso causou um engarrafamento que parou o trânsito desde a Praia de Botafogo até o Jardim Botânico.
Eu teria bem mais a dizer sobre isso, mas vou parar por aqui antes que meu bloco de texto engarrafe também o seu espaço de comentários. Fica para o próximo carnaval - se houver!
Abraços
tuca,
excelente intervenção.
aprendi um bocado com o seu texto.
carnavais, haverão muitos. deste que vemos aí. ao que parece, veio para ficar.
sua presença por aqui é sempre 10 em todos os quesitos.
abração do
roberto.
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