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Guimarães Rosa é homenageado com esculturas em Cordisburgo
Esculturas de Guimarães Rosa, e seus personagens recebem os reparos finais
Uma porta se abre para os sertões, deixa a cultura passar e se transforma em moldura para parte importante da história de Minas. Em 27 de junho, Cordisburgo, na Região Central, a 114 quilômetros de Belo Horizonte, vai ganhar um monumento à altura do seu filho mais ilustre: o médico, diplomata e escritor João Guimarães Rosa (1908-1967), que completaria, na data, 102 anos.
Na Praça Miguilim, a 300 metros do Museu Casa Guimarães Rosa (MCGR), será inaugurado o Portal Grande Sertão, com sete figuras em bronze, em tamanho natural, que retratam o autor de Sagarana e seis vaqueiros, a cavalo, acompanhados de um cachorro. Feitas pelo artista plástico Leo Santana, responsável por trabalhos de destaque na capital e em outras cidades brasileiras, as peças recebem os últimos retoques numa fundição em Contagem, na Grande BH, devendo seguir para Cordisburgo nos próximos dias.
Na quinta-feira, o diretor do museu, Ronaldo Alves de Oliveira, viu o conjunto pela primeira vez e se emocionou: “É um trabalho que tem alma e vai trazer Guimarães Rosa para mais perto de todos”. Com os olhos brilhando, ele contou que Leo Santana se inspirou numa fotografia de 1952, feita durante uma viagem do distrito de Andrequicé, em Três Marias, a Araçaí.
A iniciativa para recriação do cenário, completado por um pórtico de chapa de ferro, de 10,5m de largura x 5,20m de altura, é do governo de Minas, via Secretaria de Estado da Cultura (SEC), que assinou um convênio com a Associação dos Amigos do MCGR e bancou o projeto. Ao ser inaugurado, o portal será entregue à prefeitura local, doadora do espaço público para instalação da futura atração da cidade e responsável pela sua preservação.
O grupo de sertanejos saudados por Guimarães Rosa chama a atenção de quem entra no galpão da Fundição Artística Ana Vládia. “Esse é o nosso maior trabalho até hoje. Foram oito meses de serviço”, diz a proprietária, ao lado do marido, Irineu Rodrigues, enquanto vê o funcionário Gérson Eliezer dos Santos dando acabamento na escultura, de 130kg, do escritor.
Mostrando um leve sorriso, Rosa está de terno, com a famosa gravata-borboleta, uma caderneta de anotações na mão esquerda e a caneta-tinteiro na direita. As demais peças pesam, em média, 400kg e trazem os sertanejos de olhares decididos e fisionomia forte sobre o cavalo. Há homens que olham para a esquerda, para a trás e um que carrega o guieiro ao lado do ambíguo Diadorim, pefrente e para rsonagem de Grande Sertão: Veredas.
De Olinda (PE), onde se encontra a trabalho, Santana diz que retorna a Minas no dia 10 para a montagem das peças em Cordisburgo. “Foi um longo trabalho, que durou três anos e envolveu muita pesquisa de campo, leituras e visita aos lugares percorridos pelo escritor. Minha ideia é mostrar a entrada do cenário de Guimarães Rosa. Estou muito feliz, pois se trata do meu trabalho de maior proporção, e a minha vontade é vê-lo realizado”, diz o artista plástico, que, além da criação, destaca a produção feita pela Paralelo 3 e a fundição.
Santana assina, em BH, as esculturas de Pedro Nava (1903-1984)e Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), na Rua da Bahia, no Centro; de Henriqueta Lisboa (1901-1985) e Roberto Drummond (1939-2002), na Savassi; e dos chamados Quatro Cavaleiros do Apocalipse – Fernando Sabino (1923-2004), Otto Lara Resende (1922-1992), Paulo Mendes Campos (1922-1991) e Hélio Pellegrino (1924-1988) –, na Praça da Liberdade, e Tancredo Neves (1910-1985), Ulysses Guimarães (1916-1992) e Teotônio Vilela (1917-1983), na Praça da Assembleia. No Rio, recriou Carlos Drummond de Andrade, no Calçadão de Copacabana, e Ari Barroso (1903-1964), no Bairro do Leme.
10 comments:
Preservar na memória aqueles que acenderam estrelas nos caminhos escuros, é obrigação.
Cumprimentos
Homenagens como esta nunca são demais, e o artista plástico parece que é craque no ofício. abração
assis,
o pessoal de rodeiro, terra natal de zé geraldo fez uma estátua pra ele. escrevi uma cronica falando disto... "o homem que virou pedra"...
conta a lenda que um dia após terem inaugurado a estátua, um gaiato foi lá e colou na orelha da estátua um enorme baseado.
zé geraldo nega, mas dizem que é o primeiro maconhódromo a céu aberto no brasil...rs
a molecada vai pra la tocar violão e torrar unzinho...rs
sou da opinião que devem homenagear os caras enquanto ainda estão vivos.
beijão procê, poeta!
lídia, palavras bonitas as suas.
faço coro.
e assino em baixo.
roberto.
Ô terra que dá gente boa, essa, não? Homenagem em vida é tão rara que quando começa a acontecer demais a gente acha que o cara tá pra morrer..rs
Mas tá valendo, sim, a homenagem ao Guimarães Rosa. Ainda acho que antes tarde do que nunca, sempre.
Beijos, Roberto.
roberto:
deixo um abraço.
romério
visita ilustre a sua, romério rômulo.
seja sempre bem vindo a este espaço que, vez por outra, fala também de guimarães rosa, gênio da palavra.
abraço retribuído, poeta!
tânia,
minas é, sim, um lugar muito especial.
aliás, o brasil é todo assim, cheio de bonitezas, né?
fiquei feliz ao saber da homenagem. na próxima ida a minas, quero uma fotinha bem defronte a "estalta".
e vou postar aqui.
beijão procê,
r.
Delima,
Dá vontade de voltar o tempo um pouquinho, se fosse possível, só pra respirar o ar do sertão que inspirou Guimarães Rosa. Sou fã dele de quase ficar doido, um descanso na loucura...
E sou seu fã também...
Abração do valadão,
Darrama.
da rama,
sou fã de guimarães e de você.
e jamais fiz segredo desses meus afetos...rs
ramúcio, cê é um menino doce demais.
e deixa esse espaço mais leve quando borrifa umas palavrinhas de bem-querer por aqui.
beijão procê.
r.
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