Friday, April 23, 2010

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Onde Fica Istambul


Eu não estava muito interessado em estudar.
A escola era, para mim, naqueles dias de final dos sessenta, início dos setenta, oportunidade de socialização.
Eu jogava bola com os meninos, apaixonava-me platonicamente por cada nova menina que via, e o dever de casa ficava para um momento qualquer do futuro.
O sistema de ensino do Brasil daquele período consistia em quatro anos do curso primário, admissão, quatro anos de ginasial e três anos de curso colegial, ou científico, que é como alguns chamavam o segundo grau. E, depois, o vestibular e a universidade.
Após termos cumprido o curso primário, passávamos por uma espécie de purgatório, batizado de Admissão.
Terá existido nesta vida, algo mais inútil que a admissão?
A admissão era o dente do siso do ensino brasileiro. Não servia para nada e ainda doía de vez em quando, se levarmos em conta que os alunos eram obrigados a comparecer às aulas.
Felizmente, o ministério da Educação acabou com a Admissão dois anos antes de eu começar a cursar o ginasial. Ainda bem. Pelo menos deste purgatório, escapei. E dei com a cara na parede tão logo me matricularam no Ginásio Duque de Caxias.
Não gostei do que vi, nem ouvi.
Português, matemática, educação moral e cívica, educação física, educação artística, geografia e história: o curso ginasial se resumia a estas matérias. Ainda assim fui um aluno medíocre.
No que me dizia respeito, matemática era complicada demais e a lingual portuguesa ora seduzia, ora amaldiçoava.
Minha professora de história era uma pessoa infeliz que semeava nuvens e sombras sobre seus alunos. Ministrava aulas sinistras, sombrias, que pareciam ter o cheiro mofado da profundeza das bibliotecas. E muito de dor.
Já uma outra matéria do currículo escolar, ninguém levava a sério.
Não demorou muito para eu entender.
Educação Moral e Cívica, eu viria a descobrir rapidamente, se tratava de uma imoralidade e uma afronta ao civismo.
Vivíamos uma ditadura militar e nos obrigavam, crianças inocentes, a entrar em fila e a cantar o hino nacional todos os dias.
Patéticos meninos calçando fedorentos congas e cabelos cortados rente ao couro, enfiavam-nos em uniformes branco-azul marinho.
Quando chegava o dia 7 de setembro, desfilávamos de calças curtas para homens grisalhos de estrelas nos ombros.
Rufavam bumbos, surdos, taróis e pratos. Batíamos o pé, seguíamos em passo de ganso.
Bandas marciais ventavam marchinhas ufanistas e outras heresias pseudo-patrióticas.
Não sabíamos da barra pesada daqueles tempos.
Nada sabíamos.
Afinal, aquele era um país que ia para frente.
Eram tempos milagrosos, dias em que Deus, O Brasileiro, operava milagres verde-amarelos.
Tempos em que o presidente da república mandava até na escalação da seleção de futebol.
Tempos de Dario Peito de Aço e do AI5.
Tempos de Sérgio Paranhos Fleury e de vidas desperdiçadas nos porões da ditadura.
De bom nos meus quatro anos de ginásio, restaram as aulas de geografia e a atenção de Cely Domingues de Carvalho, a segunda numa linhagem de professoras que ainda hoje educa e ajuda a preparar para o futuro, crianças de Governador Valadares.
Foi com tia Cely que aprendi onde ficam Istambul, Zagreb e Nairobi, três esquisitices minhas. Em suas aulas, o imaginário florescia à medida que ia tomando gosto pela matéria.
Ela me emprestava asas e eu tanto poderia amanhecer tomando um chá em Londres, ou terminar o dia sob as luzes de Paris.
Com ela, fui além de Marrakesh, mesmo sem jamais ter passado um segundo de vida no Marrocos.
Aprendi também que a Holanda era repleta de diques e que românticas gôndolas habitavam os canais de Veneza.
Graças à tia Cely eu poderia comer, em Zurique, um pedaço de autêntico queijo suíço, todo furadinho, como uma fotografia da lua. E ter a certeza de que a seleção de João Saldanha jogaria a final da Copa do mundo no Estádio Asteca, na cidade do México, cidade que tinha o mesmo nome do país da qual era a capital.
Aprendi ainda onde ficava a Transilvânia, terra do conde Drácula e que na friorenta Escócia ficava o lago Ness, que abrigava um monstro jamais capturado.
Esta semana, tanto tempo depois, fiquei sabendo que tia Cely se despediu de nós e viajou para um lugar de onde ela jamais havia me falado.
Nem a mim, nem a nenhum de seus alunos.
O paraíso, meus amigos, ainda não consta do mapa-múndi.


Republico esta crônica em homenagem aos meus amigos Laura alberto e Jorge Pimenta, educadores, formadores da próxima geração de cidadãos.


A Música Que Toca Sem parar:

O Caderno, de Toquinho e Mutinho, na voz de Chico Buarque e seguida da letra da canção.

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...

Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...

Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...

O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...

Só peço, à você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer...

29 comments:

Jorge Pimenta said...

Querido Amigo, serei dos primeiros a replicar a esta preciosidade que aqui nos deixaste. Não escondo que me sensibilizaste com o modo como foste desfiando o percurso educativo nacional e o teu próprio.
Pois, se não é verdade que da relação/identificação que se estabeleça com os educadores muito possa resultar a maior/menor apetência/inclinação (tantas vezes confundida com capacidade) para esta ou aquela área disciplinar/curricular.
Uma (in)confidência: desde miúdo que quis ser advogado. Não sei de onde veio esta mania, mas suspeito que de um tio advogado (que viveu no Brasil, curiosamente) que, em conversas mil, ia falando de projectos e ideias onde eu cabia. Todavia, e sem aviso prévio, fui marcado por alguém muito especial no meu percurso: a professora de Português, Odete Martins, no 10º, 11º e 12º anos. Ler, para mim, passou a ser muito mais que um exercício imposto que obedecia a um esquema de análise (esquartejamento, devo melhor dizer) literária, como se a poesia, em particular, e a literatura, em geral, fossem pedaços de carne exposta num talho para retalhar. Pôs-me, a dita professora, a pensar o texto, as suas relações, os ditos e os não ditos e, no limite, pôs-me em confrontação comigo mesmo. O mesmo sucedeu com a escrita e a viagem pelas Letras acabou por constituir-se desígnio que se tornou irreversível; quem gosta do mar, não se liberta dele, jamais, por mais tempestuosas e disformes as vagas sejam...
Um brinde aos bons professores, ao que marcam indelevelmente, aos que ficam (porque não passam)! Um brinde aos alunos que se deixam marcar por eles! Um brinde à Amizade!

Um abraço!

Jorge Pimenta said...

Recreio

Chilreio de crianças numa escola.
Brincam no intervalo.
Largam da mão
O Pássaro da Ilusão,
E vão depois, felizes, agarrá-lo.

O mestre aquece os pés ao sol do Inverno.
Já foi também menino...
Mas cresceu,
Aprendeu,
E descobriu as manhas do destino...

Sabe que ele nos engana,
Seja qual for o oiro que nos dê.
O Pássaro da Ilusão
É uma ilusão:
Só a inocência o vê, porque não vê...

Miguel Torga, 1907 - 1995

Primeira Pessoa said...

jorge,
comovido duplamente ergo um brinde à nossa amizade.
e à vida.
tim-tim!

abraço maior do
roberto.

Tania regina Contreiras said...

Roberto, eu desconfio sempre que os "alunos medíocres" são aquelas pessoinhas que têm luz própria. Medíocre, como registram os dicionários, é aquele que não é nem bom e nem mau: está acima disso, porque é ele próprio. E está seu texto, envolvente, lúcido, abordando assuntos sérios, importantes, e, ao mesmo tempo, deleitando. Gosto muitíssimo do seu estilo de escrita, de verdade.
Abraços

Primeira Pessoa said...

tânia,
fui um aluno inquieto (hoje arrumariam uma doencinha pra mim... ADD... algo assim), capaz de tirar notas altas, ou o oposto disto. dependia do professor, do meu tesão de estar naquela aula.
lembro-me de que me encontrei, numa fila de banco (eu tinha 19 anos e havia acabado de publicar meu primeiro livro), minha professora de português do primeiro ano "científico"(rs)... e ela, uma ex-irmã carmelita, muito educada, tentando agradar, comentou que ficava orgulhosa de ver um aluno publicando um livro, mas que JAMAIS imaginaria que seria eu, esse aluno.

perguntei o motivo e ela disse que eu lhe parecia mais interessado em outras coisas, que não literatura.

e ela tinha razão.
me reinventei, depois.
mas isto já é uma outra (e longa) história.

Em@ said...

Roberto,
desculpe não comentar, por enquanto, o post, mas no meu painel aparecem posts seus muitos estranhos - só dá para ler as 2 ou 3 primeiras linhas- porque quando clico, aparece um aviso que diz.
"Página não encontrada
Desculpe, a página que você está procurando no blog Primeira Pessoa não existe."
Como já me aconteceu mais do que uma vez...achei melhora avisar não vá estar atacado de alguma virose comoo blog de um amigo meu.
volto depois.
beijo

Unknown said...

aproveito para brindar junto nessa homenagem aos companheiros Jorge e Laura. a vida tem seus desígnios próprios, nosso livre arbítrio pode ou não abreviar os encontros, mas em algum momentos eles acontecerão, inexoravelmente. forte abraço

Lou Vilela said...

Roberto,

Saio emocionada! Relembrei tanta coisa - do conga à prática de ensino (também não alcancei a admissão, mas de certa forma, consegui vivenciá-la através das histórias de minha mãe). Vi nas linhas e entrelinhas algumas ideologias em comum. Texto riquíssimo! Belezura de homenagem!

Bjs,
Lou

Primeira Pessoa said...

Assis,
fiquei tão emocionado lendo o post do jorge, que acabei engolindo as palavras.

acho que os professores deveriam ser alguns dos profissionais melhor remunerados de nossa sociedade. e mais respeitados. e mais reverenciados. e mais. e mais.
e mais.

sem professores não teríamos astronautas, cientistas, médicos, escritores, jornalistas... enfim...

assim que reencontrar as palavras eu escreverei um email ao jorge.
tomara que ele esteja me lendo aqui.
tomara...

um brinde a você também, zé de assis.

aliás, estranhamente, seu nome dançou na minha frente (e na minha mente), na última semana, em fort lauderdale, quando eu conversava com seus conterraneos músicos luís caldas, cesar rasec e narlan (este último professor da universidade de illinois) no saguão de um hotel.

conversávamos. bebíamos. comíamos. ríamos.
dei uma pedra (deste de chão) pra narlan e ele me disse:
- obrigado. você é o meu amigo que eu ainda não conhecia.

eu choro a toa...rs

você, tenho certeza, é um amigo. e eu já te re-conhecia.

beijão, poeta!

Primeira Pessoa said...

em@,
acho que acontece isto porque abro o post no original para retocar alguma coisa.

sem perigo de vírus, quero crer.

abração do
roberto.

Primeira Pessoa said...

lou,
tempos difíceis, aqueles, né?

foi o período mais escuro da história do brasil.

procuro me esquecer, mas algumas coisas ficam pra sempre, como a sudorese de nossos congas que, tantos anos depois, permanece tatuado ao meu olfato...rs

o tempo passou.
felizmente.

nós?
passarinhos.

como diria quintana.

Anonymous said...

Queridos amigos, Roberto e Jorge, deixem-me brindar convosco!
Roberto, já tinha lido esta crónica da primeira vez que a postou, agora ainda fiquei mais emocionada ao ler a dedicatória.
Um humilde, sincero obrigada!

O Jorge falou em ir à reunião dos Trovante. E porque não?

Beijos
Laura

Tania regina Contreiras said...

Roberto, é verdade, a inquietude hoje estaria catalogada, diagnosticada, medicada, enfim, que bom que você escapou (ao menos) desses TIs (transtornos inventados)e nos presenteia aqui com seus excelentes e envolventes textos. Olha, manda os mp3 para mim, quero sim. Manda por e-mail: trcontreiras@gmail.com Quero conhecer o conquistense.

Abraços

Jorge Pimenta said...

Se te leio, Roberto? Neste como em todos os teus posts e comentários. Fã da tua escrita, mas, sobretudo, da tua amizade.
Tenho de te confidenciar que pelo blogue tenho conhecido gente bonita, gente que diz coisas que têm de ser lidas, gente que quer partilhar. Essa é, sem dúvida, a maior das riquezas. Sinto-me, neste momento, como fazendo parte de uma tertúlia, sentando-me ao lado de pessoas comotu, o Ramúcio, a Laura, a Márcia, a Andy, a Zélia, a Sylvia, o Juan... entre tantos e tantos outros. Que pena sapenas virtualmente...
Um abraço Merlin da palavra!

Anonymous said...

Oi Roberto!
Que prazer receber sua visita.
Seja sempre bem vindo e fique sempre muito a vontade.
Conheço sua terra. Passei por lá quando fui visitar Açucena. Ganhei uns bons quilinhos lá. Eu acho que tinha uma festa do milho acontecendo na região. Bons tempos!
Bjs.

Primeira Pessoa said...

fatima,
conheci pedra corrida quando tinha 18 anos. fui la pegar a segunda via da minha certidão de nascimento. saí de lá com 4 meses de idade.

gostie do seu blog. principalmente da alusão a walter franco, de quem sou fã.

e nào é de hoje.

agora, ature-me.
te visitarei sempre.

abração do
roberto.

Primeira Pessoa said...

jorge,
fui com 4 amigos a um restaurante português hoje (em newark tem uma das maiores colonias portuguesas fora de portugal)...
coemos alheira frita de aperitivo...

leitão à moda da bairrada (assado, crocante...rs) e cabidela de leitão...

altamente calórico.
lembrei-me de você, nortenho...

lembrei-me.

abração,
roberto.

Primeira Pessoa said...

tania,
vou te mandar uns elomares.
uma de minhas maiores alegrias é compartilhar poesia e música com meus amigos.

pode cobrar.
as canções te chegarão.

abraço grande do
roberto.

Primeira Pessoa said...

brindemos, laura...
ainda não perdi a esperança de ver os trovante.
ainda hoje falei com minha cunhada, que trabalha pra uma companhia aérea.
se eu conseguir as passagens de borla, estaremos juntos, brindando com jorge o reencontro dos trovante e o nosso encontro.

evoé!

abração do
roberto.

Fernando Campanella said...

Crônica muito bonita, eu já a conhecia, mas sempre vale ler de novo. A professora de Geografia, tão esquecida que deve estar, revive em tuas belas palavras, esse é o dom dos cronistas, dos poetas, dar o mais justo valor a quem merece. Grande abraço.

Cosmunicando said...

linda crônica, me identifiquei plenamente com esse ginásio e relembrei muita coisa dos tempos negros que a nossa geração só tomou consciência alguns anos depois.
Os comentários também estão super bacanas!
abraço

Jorge Pimenta said...

Calorias?... Colesterol?... Barriguinha?...
Bolas, se com os amigos pensamos nisso morremos de infelicidade.
Um abraço, Roberto!

Primeira Pessoa said...

fernando,
tia cely, no céu...
na lembrança, sempre.

tenho uma imagem permanente dela. o sobrinho dela, o poeta bispo filho, era mais que um irmao pra mim. não nos desgrudávamos e eu frequentava a casa deles cotidianamente. e ele a minha.
fazíamos poemas, canções. até escrevemos juntos o livro colosso ciclone.
enfim...
tia cely era uma das muitas filhas de dona ercília (que também partiu, o ano passado, com quase 100 anos). uma familia de negros. p;essoas cultas. sensíveis. com vocação para a música.

imagina uma casa com seis irmãs solteironas?
e pensa o bispo lá, sobrinho, com seu irmão ximbico, os dois homens da casa, ja que sua mãe enviuvara...

era tudo professora? e bispo, e joelton, professores...rs

eu me lembro claramente de tia cely, que dentro de casa estava sempre de "bobs" no cabelo.
até ja sonhei com essa imagem...rs

saudades deles.

preciso visitá-los, na proxima vez que for ao brasil.

abraçao domingueiro, poeta!

Primeira Pessoa said...

moça cosmunicante e sumida...rs
essa geração que aí está não tem a menor consciênciencia do que foi o brasil.
e, do que é o brasil.

esse pessoal de hoje tem muita preguiça de pensar.
mas toda regra teme excessão.

abraço de domingo, só procê.

Primeira Pessoa said...

jorge,
tem uma reunião aqui em casa, hoje, com familiares e amigos. e uma penca de amigos chegando a qualquer momento.

e, aqui, cozinho eu.

quando cheguei aos eua, ganhei minha carta de alforria (os documentos americanos) trabalhando como cozinheiro num restaurante português de newark.
(newark que, repito, tem uma das maiores colonias de portugueses fora de portugal... procura no google...rs)

então...
hoje to fazendo (ja tô nos finalmente, fazendo o meu anti-bacalhau. trata-se de uma receita minha.

e que fica muito boa, acredite.

mesmo que leia e pense: isto não dá certo... rs... não é certo... não é castiço...
mas dá certo de jeito nenhum, sim... eu garanto...

fica biom, sim.

e compartilho.

os puristas, quando pedem a receita e digo que corto miudinho 3 cms de couriço portugues e um nadinha de bacon defumado...
pro molho de tomate...
dizem que não sei o que estou fazendo.

mas sei, sim. rs
sei que, nete caso, eu sei...
ou, penso que sei...

esse bacalhau é demorado de fazer... fica perfumado e é cozido duas vezes... primeiro na sertã, depois no forno...)...

primeiro, frito o bacalhau numa sertã,em bocados grandes.

passo na farinha de trigo temperada (isso é importante) com sal, pimenta moída, cebola e alho, ambos em pó...

e frito o bicho. fica crocante. dourado.
reservo.

coloco num tabuleiro uma camada de cebola com azeite e algumas folhas de louro...

a camada seguinte leva o bacalhau frito.

coloco sobre o bacalhau o molho de tomate (que leva um pedacinho de bacon... um pedacinho de chouriço portugues... depois de pronto, tudo é passado num processador e fica uma espécie de sopa de tomate muito saborosa...

derramo isto sobre o bacalhau.

por cima do molho, coloco pimentões amarelos, verdes e vermelhos, em fatias finas, caramelizados...

e uma camada fina de maionese (eu sei... quando falo em maionese, querem me esfolar,... mas fica bom demais... creia-me...rs)...

depois, levo ao forno pra aquecer e gratinar a
maionese...

jorge, vem comer com a gente??



sirvo com arroz branco salpicado de pinhões tostados, uvas passasa...

e salada de "baby-rucula" na emulsão de vinagre balsâmico.

acompanha um bom vinho branco.

Jorge Pimenta said...

Amigo, adoro bacalhau (ou não fosse português, hehe)! De todas as maneiras! De todas as formas! com todos os ingredientes!
Eu levo o vinho! Tenho aqui um Marquês de Marialva reserva do início do século. Combina, certamente! Levo também um Favaios de lavrador que um amigo (também poeta) !- o Henrique Barroso - me trouxe lá da sua terra!

Um abraço!

Primeira Pessoa said...

jorge,
esse seu vinho, com certeza, de boa pipa.
brindemos!

ó, meu bacalhau ficou bom, modéstia às favas.
gosto de cozinhar, poeta. é uma terapia. sinto-me feliz ao pé do fogão.

melhor mesmo é o converseiro, a amizade borbulhando com a panela... os amigos... as crianças vorrendo, o burburinho... o vozerio...

meus amigos costumam chegar antes, bem antes, pra umas biritas e dois dedinhos de prosa enquanto constrói-se o comer.

infelizmente, depois vem a ressaca e as culpas...rs
putz, hoje eu comi como um padre.

e é assim que o pano do meu domingo baixa lentamente.

abraço imenso, poeta de braga!

Anonymous said...

Viva a Turquia e a Capadócia!
Terra do poeta sufi Rumi.
Sufismo!!
Sou um leitor discreto,sou mineiro.

Primeira Pessoa said...

discreto, discretíssimo, meu caríssimo leitor mineiro. mineiro, aliás, como eu.

tenho um palpite de quem seja.
se for quem estou pensando, tenho escutado muito as suas canções.

terá morado em porto alegre?
andará pelas bandas de belém?

rs...

sufismos...

abração,
R.