Sunday, June 6, 2010

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A solidão dos domingos

Ontem foi domingo. Um domingo plúmbeo, que nem de longe se deixou transparecer um domingo de verão.
Quase enlouqueci.
Acho que o fato de ter sido véspera de feriado também ajudou, transformando as ruas de Kearny num pavilhão de escombros.
Fiquei inconsolável com o panorama que se desenhou diante de meus olhos.
Da janela do apartamento, vislumbrei o manto cinza que cobria a tarde, trazendo a reboque a lembrança de muitos outros domingos melancólicos de minha vida.
Sempre vi o dia em que Deus descansou de uma forma morna, ressaqueada, como se algo tivesse se quebrado, ou reerguido das cinzas, dentro de mim.
Essa foi sempre a percepção.
Em alguns domingos, penso que o mundo vai se esvair em marasmo e melancolia.
Em 1986, aos 23 anos de idade, escrevi um livro de poesias, que batizei de “Tango Fantasma”, título de um dos poemas da obra.
No poema aludido, eu falava exatamente da solidão de um domingo qualquer, que nascia parido da solidão de outros tantos domingos, e de um sujeito que perdera a esposa e a amante durante um único ciclo de sete dias.
Lembro-me que escrevi esse poema num domingo à tarde, após retornar de um almoço na casa do poeta Marcos Pizano.
As ruas de Governador Valadares estavam desertas e, tão logo tomei o ônibus para o bairro de São Raimundo, tive uma forte impressão de que havia entrado num trem fantasma.
Apenas o motorista e o trocador fizeram-me companhia durante toda a viagem, o lotação saltando feito um cabrito ensandecido sobre a estrada esburacada.
No alto-falante do teto do ônibus, a voz de Chico Buarque cantava:
“Ó pedaço de mim ó metade arrancada de mim”...
Cheguei em casa aos frangalhos, sentindo o peso de uma barra pesadíssima que aquele domingo implacável havia jogado sobre mim. E nunca mais me curei.
E assim continua sendo, tanto tempo depois, os domingos se repetindo com os mesmos contrastes, escrevendo minha história com pedaço de carvão sobre uma superfície de pedra.
Para mim, o domingo será sempre feito do programa Globo Rural, tendo, na sequência, Rolando Boldrin apresentando modinhas de viola e contando “causos” no Som Brasil.
Meu domingo terá Ayrton Senna da Silva, incólume com seu macacão e capacete impecavelmente limpos, ultrapassando mitos, acelerando seu nome nas páginas do esporte.
Afinal, domingo sem Galvão Bueno cuspindo bairrismos ao microfone serão ilegítimos.
E é por isso - e por muito mais -, que meus domingos serão sempre de almoço em família.
Domingo de irmã chegando com filho pequeno no colo, de mãe mexendo a comida no fogão, e de sobrinhos indomáveis correndo pela casa, como se ali fosse o pátio da escola durante o recreio.
Meus domingos felizes foram, são e serão, sempre, de macarronada, de frango assado com farofa, de empadão de camarão, e de salada de legumes cozidos com maionese.
Meus domingos terão Sílvio Santos na televisão:
- Quem quer dinheiro?
Terão, também, partidas de futebol, cerveja espumosa transbordando pelos copos e escorrendo em rios que jamais desaguarão em lugar algum.
Serão domingos de clássico no Mineirão, sem nenhum grito de gol que nos redima e reconduza à glória.
Domingos como os de sempre,com folhas de jornal previamente lidas, amassadas, levadas pelo vento no bojo das tardes abandonadas.
Esse abandono com cara de ‘nunca’, semblante de ‘jamais’ é igual para todos nós. E ele se repete semana após semana, e tem o gosto requentado do jantar de ontem.
Sabemos, sempre, que o próximo virá vestido de um até breve e, como este que agora escorre entre nossos dedos, terá trejeitos decadentes de fim de festa. E esta é a nossa única certeza.
O fim da festa, moça.
O fim de tudo, rapaz.
O viver verdadeiro, pleno e feliz, esse quase-milagre, só chegará amanhã, com o clareamento do dia, o corre-corre dos transeuntes e as buzinas dos automóveis nos ensurdecendo pelas ruas.
Segunda-feira não é mais o fino da fossa.
Segunda-feira é o berço da ressurreição da raça humana.


*


A Música Que Toca Sem Prar:
Edu Lobo canta, de Chico Buarque, Pedaço de Mim.

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

32 comments:

ragi moana said...

Rafa, minha filha adolescente odeia domingos. Tanto que quando tem de fazer uma tarefa ruim pede para deixar para o domingo. ... já é um dia estragado mesmo!!! hoje, o domingo por aqui tem um fantasma empoeirado em cada canto e que hálito frio eles tem...rsrsr
ainda bem que o chico veio para nos salvar e vc,

beijos

Unknown said...

o problema do domingo é que ele é a véspera da segunda-feira.

abração de domingo

líria porto said...

apois - chego depois da bebeta - adoro ela! e ela ama o chico tanto quanto eu! e tu vais gostar dela pra karai!

gosto de te ler!
besos

Primeira Pessoa said...

domingo é um dia muito chato, moana.
fico doidinho pra que a segunda chegue logo. combinei aqui em casa que as atividades de verão sejam realizadas nos sábados.
domingo, tiro pra morgar...rs

e morgar... é aquele papo meio de morgue, né?

rafa, tão jovem, ja entendeu um tantão...rs


beijão domingueiro procês.
r.

Primeira Pessoa said...

assis,
será que é esse o problema?
eu prefiro a segundona... também, nunca fui muito normal... minha opinião nem deveria valer.

e não vale, mesmo!

Primeira Pessoa said...

e que não ama o chico?
acho que só a marieta severo não ama o chico...rs
a propósito do chico, aconteceu um trem engraçado há um par de anos.
chico comeu (ou foi comido... sempre tive essa duvida), a mulher de um músico obscuro la do rio de janeiro. e foi um fuzuê dos infernos, a imprensa noticiou fartamente... foi um escândalo...

foram entrevistar o falcão (que acho genial... aquele que canta que "dinheiro não é tudo, mas é 100%) e ele saiu-se com esta:

- o chico buarque comer a mulher de um músico brasileiro é mais importante do que ganhar um grammy.

rs...

só rindo, né?

beijão, lírica...

Anonymous said...

Seus textos são sempre tão interessantes Roberto.
Não tenho problema com o domingo não e do Chico sou devota a muito tempo.
Bjs.

Primeira Pessoa said...

fátima,
então cê vai me emprestar sua varinha de condão e vou dizer algo como pirlimpimpim, alakazam, abracadabra.... rs

e transformarei meus domingos...
já tentei de tudo e até já beijei meus domingos, mas eles permaneceram sapos.

abração do
roberto.

ryan said...

que bonito!
as pessoas são mais próximas do que parece.
domingo é um dia bem assim...

tem beleza no domingo tbm
o cheirinho de comida
a cerveja...

mas pra mim, as noites de domingos são tristes a priori

Primeira Pessoa said...

ah, ryan, 'e claro que tem beleza no domingo....
quem trabalha a semana inteira no batente pesado (falo do mais pesado)... putz... o dia de domingo é uma trégua... um oàsis no deserto...


meu domingo? é isso que aí está. acho que sempre será...
abração, poeta!

Luciano Azevedo said...

O domingo tem mesmo um traço solitário que encanta e amedronta, incomoda. O meu vc acabou de descrever nas palavras do post.Abraço.

Primeira Pessoa said...

pois é, luciano... e aqui estou eu esperando a hora do jogo do meu time na tv...
mais importante ainda, esperando a segunda-feira chegar.
o que é uma forma dolorosa (e elenta...quase masoquista) de sucídio.

bem vindo ao blog!

abração do
roberto.

M.C.L.M said...

O que me mata no domingo é a musiquinha ao final do Fantástico, mas pra fugir disso, acostumei sair cedinho de moto pras serra de Morungaba e Serra Negra, e ao retornar no final da tarde "moída" de cansaço, deito e durmo, pulo a parte da musiquinha...rs

Seu texto fez-me lembrar da infância em MG, da macarronada boa de minha mãe, de meus irmãos, de meu querido pai enrolando fumo no cigarro de palha, e as labaredas trincando no fogão à lenha, não tem preço!

Obrigada Roberto, por partilhar suas lembranças e fazer-me lembrar também...

Amplexo,

Anonymous said...

Em 1986, vc com 23 anos e eu nascendo. Hoje, eu com 23, poeteira de vazios e solidões. Alguma coisa muda de 23 em 23 anos? Muitas, mas não para os poetas.

Tudo o que eu queria agora era que este domingo acabasse junto com essa crônica, fui engolindo-a sem querer chegar ao fim. Alguém faça uma ponte para outro dia, por favor?!

Beijo da sua sobrinha e fã!

Jorge Pimenta said...

oh, roberto, estou quase como o assis: o domingo só falha por anteceder a segunda-feira e não há cabeça, por mais limpa que esteja, que não o adivinhe assim que o galo anuncia a alvorada, no dia santo.
confesso-te, em todo o caso, que o sábado é, para mim, um dia bem mais luminoso. talvez pela lógica com que sacrifico o domingo, ainda que neste caso inversa: é o primeiro dia do descanso.
um abraço, lembrando-te, querido amigo, que amanhã já é segunda-feira (com a diferença horária, mais cedo para mim do que para ti :))

Jorge Pimenta said...

estive no 1001 poemas e li o teu comentário; deixo-to aqui em jeito de remoque (hihihi):
"olha lá, assis, aqui o nosso roberto, hoje, está a esbanjar as coisas boas porque pensa que se vão acabar (quase como aquele miúdo que segura o gelado (sorvete) sem o lamber, porque não quer que acabe...); assim foi com o domingo, agora com os teus poemas... ena, que o nosso rapaz anda a esquecer-se de que viver é saborear, antes mais... :-)
um abraço!"
um abraço, jersey boy!

Primeira Pessoa said...

larinha,
digamos que as coisas mudam pra melhor de 23 em 23 anos...

essa croniqueta? uai... sofrível como os meus domingos...rs

porte-se bem.

beijo grande do tio
roberto.

Primeira Pessoa said...

jorgíssimo,
voce e assis que me perdoem, mas gosto das segundas-feiras... e nem sei o porque, pois, pra mim, todo dia tem 24 e toda semana, 7... e por aí afora....

quando cheguei aos eua fui trabalhar na cozinha de um restaurante e, nos finais de semana, é quando eu mais trabalhava. perdi ali a referência de datas especiais como natal, aniversário, ano novo... essas coisas...

me perdi...
pra mim, ficou tudo igual e não tem reza braba que me faça mudar isto.

quanto ao 1001, fico com vontade de entrar no blog dele e mudar o numerim pra 2001, 3001... algo assim... sem falar que o assis é uma figura dulcíssima.

sou fã de vocês dois

abração do
roberto.

Anonymous said...

Meu Deus! Chego aqui e dou de cara com essa foto do Chico lindo maravilhoso Buarque de Holanda, com esses olhos imensos me olhando inteira, me despindo inteira, me comendo inteira. Enxergando além de mim. Valeu o meu domingo, já!

Beijo, querido amigo.

Anonymous said...

Meu Deus! Chego aqui e dou de cara com essa foto do Chico lindo maravilhoso Buarque de Holanda, com esses olhos imensos me olhando inteira, me despindo inteira, me comendo inteira. Enxergando além de mim. Valeu o meu domingo, já!

Beijo, querido amigo.

nina rizzi said...

parece que o nosso domingo anda a arder de dorido. não são assim todos os meus. costumo ir ao dragão do mar com lavínia, brincamos e pintamos na praça verde e vemos a banda passar, é bacana, mas hoje estou sem ela. domingo é um dia lindo e depois vem a segunda, outro dia lindo, principalmente amanhã que verei minha filhota.

mas ô, como dói. pedaços de mim? arre, vou cortar os pulsos. starfish ;)

beijos.

Primeira Pessoa said...

nina,
cê resolveu ir pro rio de janeiro ser garota de ipanema por 3 dias e deu nisso...rs... BANZO!

lavínia vai estar te esperando, com aquele sorriso lindo, com um tantão de estórias bacanas pra te contar. e vai ser paraíso "all over again"...rs

beijão procê, que fez o meu domingo azular aos 44 do segundo tempo.

beijão, nina.

r.

Primeira Pessoa said...

j,
chico bem que poderia ter dado uma ligeira aparadela nas sombrancelhas...rs
ali ele tá mais pra Austragésilo de Athaíde do que pra esse galã de cinema noir... com esse olhar esverdeado de quem vai comer todo mundo, menos a marieta severo e o roberto lima, graças ao bom Deus!(rs).

bom te ver chegar.
bom te ver voltar ao "brógui".

um beijão, só seu.

r.

Marcantonio said...

Ô Roberto, croniqueta? Porra! Modesto... Roberto, modesto... Essa crônica é um salva-domingo. Pena que não a li mais cedo, nem ao seu comentário lá no Assis. Neste redimido resto de domingo, posso dizer que é um privilégio ser contemporâneo seu, pois você resgata de maneira especial memórias que também me pertencem, embora eu tenha vivências muito medíocres comparadas às suas. Está tudo dito sobre o Domingo, nem um cadiquinho de reparo a fazer, salvo sobre por o Maracanã no lugar do Mineirão. Mas rapaz, e o Assis ainda ajuda na persistente desmoralização da segunda-feira! É sim quando a vida descarrilada no Domingo é posta novamente nos trilhos. Poxa, e eu tenho a impressão que existe domingo, por contaminação, até na tal da blogosfera.

Agora, essa Pedaço de Mim é um pedaço das nossas vidas, desde então!

Abração!

Tania regina Contreiras said...

"O domingo é um cachorro escondido debaixo da cama". Mário Quintana. Nunca entendi bem o quis dizer com isso, mas concordo com ele. Definitivamente? Não gosto também dos domingos e dois domingos seguidos seriam dois dias insuportáveis! Mas dos olhos de Chico, ah, sim, dessses eu gosto muito! rsrs

abraços,
Tânia

Unknown said...

Roberto. Gostaria de ter escrito e o faria da mesma forma, talvez, e com o meu lirismo.

Tocou-me, pois é exatamente assim que vejo os domingos. \Marasmo que se esvai por entre dedos, e a pressa de chegar a segunda-feira é sem fim.

Essa música do Chico me saciou a foma da perda de um filho por alguns anos. Amo todas as músicas e livros dele.

Mas estou aqui para parabenizá-lo por esta magnífica postagem.

Ela engasga.

Parabéns!

Beijos

Mirze

Primeira Pessoa said...

ô marcantônio... desconcordo (e tá certo também.... pode ver no aurélio...rs)...

no outro dia tava lendo seu post falando de seu pai, feirante... porra, bicho, que belezura.... o verde do pimentão, o laranja da cenoura.... o cheiro das tangerinas... o burburinho das galerias, o suor das pessoas, a luta do seu velhor pra criar uma família... ah, e a viagem desses legumes à mesa de cada pessoa... ja pensou nisto?

e isto é apenas uma coisinha... uma página do seu livro.... e aí me lembro que você viveu no nordeste, que sempre foi uma vontade minha....

e aí fico lendo as coisas que você escreve (ensopadas das influências de tudo o que você ja leu e viu e viveu), e esta arte que você transforma em quadros... é tudo fruto de uma vivência extraordinária...

somos contemporâneos, graças a Deus.
meu único senão tem a ver com geografia. tivesse você nascido nas montanhas mineiras, valeria mais uns dois contos de réis... (rs)


ah, melhor ainda, estamos criando uma coisa bonita, a quatro mãos, uma escultura no barro da vida que, caso você concorde, poderemos batizá-la de "amizade".

boa segunda pra nós, marcantônio.
e o inferno pro jorge, pro assis... rs... pra toda essa turma que odeia as segundas-feiras... rs

reergui-me do meu, esta manhã.

abração do
r.

Primeira Pessoa said...

márcia,
chamo de marcha fúnebre, aquela vinhetinha do "nada" fantástico.
é quase tão deprimente quanto uma musica breganeja... ou um sambrega (aquele pagodim chinfrim dos oxigenados)...

gosto, não...rs

abração procê.

r.

Primeira Pessoa said...

mirze,
celebremos, então, chico buarque e sua arte maravilhosa.
celebremos, também, a sua prsença neste minifúndio de afetos.

os domingos?
uai... será que Jesus descansou mesmo no domingo? rs...
às vezes sinto os domingos como se fossem um castigo. e não fui eu quem pregou Jesus na cruz... juro que não fui....

abração procê.
seja bem vinda ao blog.

r.

Primeira Pessoa said...

tânia, não entendi essa do cachorro dormindo debaixo da cama.
talvez fosse mais apropriado dizer que "a morte" pendurou a ceifa na maçaneta da porta e foi dormir, cansada, debaixo da cama... (tomatara que não da minha)
acho que fica um trem ainda mais tenebroso, assim... rs...

quanto aos olhos do chico, vou parar de elogiar, pois ja tem gente me olhando meio atravessado.
sou do interior, machão, montanhês...rs
que veadagem é essa, roberto lima?
ondé que já se viu....

beijão, taninha.

Fernando Campanella said...

Assino em baixo, Robertão, domingos são assim:

...domingo,
minha pena cordial

meu arroio sem glória
meu tédio
meu Tejo sem nau
(Fernando Campanella)

Esta gravação da música do Chico, com um trechinho da quinta sinfonia do Mahler ficou maravilhosa, compensa o tédio dos domingos, rs...
Grande abraço, meu irmão. E melhores domingos pra nós.

Primeira Pessoa said...

fernando,
o tejo é o mais melancólico dos rios... dizem que sua correnteza choraminga um fado...
belo verso, poeta.
e, sim, edu lobo, que de bobo não tem nada, mandou ver muitíssimo bem.

melhores domingos pra mim, não sei se virão. às vezes me sinto velho demais pra mudar meus domingos.
no final das contas, acabo gostando. rs

beijão procê, do seu amigo
roberto.