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Vamos fazer limpeza, mas geral
e vamos deitar fora as coisas todas
que não nos servem para nada, essas
coisas que não usamos já e essas
que nada fazem mais que apanhar pó,
as que evitamos encontrar porquanto
nos trazem as lembranças mais amargas,
as que nos fazem mal, enchem espaço
ou não quisemos nunca ter por perto.
Vamos fazer limpeza, mas geral,
talvez melhor ainda uma mudança
que nos permita abandonar as coisas
sem sequer lhes tocar, sem nos sujarmos,
que fiquem onde sempre têm estado;
vamos embora só nós, vida minha,
para voltar a acumular de novo.
Ou vamos deitar fogo ao que nos cerca
e ficarmos em paz com essa imagem
do braseiro do mundo face aos olhos
e com o coração desabitado.
Amalia Bautista
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Amalia Bautista nasceu em Madrid em 1962. Jornalista de formação, trabalha como redatora no gabinete de Imprensa do Conselho Superior de Invetigações Científicas.
8 comments:
Muito representativo da efemeridade humana que guarda tanto do que não precisa. Depois, quando se dá conta já todo o espaço foi tomado pelo ter. Já não sobra espaço para SER!
Gostei muito.
ei, roberto, fiquei morrendo de vontade de estar lá com vcs...
um beijo :)
Muito bom... "vamos deitar fora as coisas todas
que não nos servem para nada", Muito difícil fazer isso, mas a poesia está aí para nos indicar os caminhos.
Abraços!
mulher bonita, nome bonito, versos lindos - em espanhol a sonoridade deve fazê-los ainda mais belos!
besos
Lídia,
fiquei uns tempos fora do ar.
tô de volta!
abração do
Roberto.
nina,
na próxima cê vai... a líria ganhou carteirinha de "sócia"...
beijão,
r.
carlos renatto,
a poesia está aí a nos ensinar caminhos e descaminhos...
bebamos poesia.
abraço você, admiração do
roberto.
mulher bonita, nome lindo, versos fortes...
ah, líria...
conheço uma meia dúzia destas...
mas esta aí tá na prateleira de cima, e em ótima companhia.
abração do
roberto.
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