Friday, February 26, 2010

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Ontem
às onze
fumaste
um cigarro
encontrei-te
sentado
ficámos para perder
todos os teus eléctricos
os meus
estavam perdidos
por natureza própria.
Andámos
dez quilómetros
a pé
ninguém nos viu passar
excepto
claro
os porteiros
é da natureza das coisas
ser-se visto
pelos porteiros.
Olha
como só tu sabes olhar
a rua
os costumes…

Mário Cesariny


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A Música Que Toca Sem Parar:
na voz de Geraldinho Azevedo, Hoje e Amanhã
Palavras de Fausto Nilo, melodia de Geraldinho

3 comments:

ALUISIO CAVALCANTE JR said...

Caro amigo.

Este texto lembrou-me meu pai.
Gostava de fumar e andar horas em silêncio.
Saudades muitas...
Saudades...

Um final de semana de muita inspiração.

Primeira Pessoa said...

seu pai, tenho certeza, foi um grande sujeito.

aprecio esses parceiros do silêncio. são grandes observadores.

é bom te ter por aqui, aluísio.

e te deixo um abraço.

R.

Anonymous said...

Ah, afinal ele estava aqui!!!!
Distraída!!1
Beijos, Laura Alberto